segunda-feira, 28 de abril de 2008

Dengue muda o comportamento do carioca

Cláudio Rabha

A epidemia de dengue no Rio de Janeiro é coisa séria. Até a última sexta-feira, o número de vítimas fatais causadas pela doença só na cidade do Rio de Janeiro era de 58 pessoas, e os casos relatados, de 62.288. O medo do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus, está mudando o comportamento do carioca no verão que será marcado pela maior epidemia da história.

A paranóia tomou conta até dos atletas. A jogadora de vôlei Paula Pequeno, do Osasco (SP) e da seleção brasileira, foi flagrada em um treinamento se protegendo com repelente quando esteve no Rio, onde jogou pela final da Superliga Feminina. A quantidade de focos da larva do mosquito espalhadas pela cidade faz as pessoas desconfiarem de tudo. O jornalista Márcio Marques, por exemplo, freqüentador do Maracanã, passou a encarar os 40º C dentro do estádio usando sempre calça jeans, com medo da picada. "Enfrento o calor, o desconforto, mas pelo menos eu fico seguro de não ser mordido. Já tive dengue três vezes e não quero correr o risco de pegar a hemorrágica", diz ele, se referindo à forma mais letal da doença.

A atriz Liliane Castro é outra que faz tudo para evitar o mosquito. Antes de sair de casa, toma complexo B, embora não haja comprovação científica de que os comprimidos funcionem como repulsores. "Depois, passo repelente nos braços e pernas, e ando com um refil sempre na bolsa, para quendo eu for ensaiar", diz ela, que nunca contraiu a doença.

"Já existem sabonetes que agem por cerca de uma hora e meia. Nós estamos trabalhando com óleos essenciais à base de citronela, capim-limão e cravo-da-índia e pretendemos estender essa ação", diz em entrevista ao G1 o professor José Maria, da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), que estuda métodos de prevenção.

As campanhas contra a doença tem recebidos adeptos famosos, o que ajuda na conscientização da população. A apresentadora Xuxa Meneghel foi a mais recente voluntária e doou sangue no Hemorio. "Já avançamos em tanta coisa na vida, mas em pleno 2008, ainda estamos falando em epidemia. Não sei como ainda não acabaram como uma coisa dessas, com tantos avanços, não dá para entender", diz a apresentadora, em entrevista ao G1.

Confira o site do Ministério da Saúde sobre o combate a dengue

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