Marcelo Silva
A bossa nova - movimento musical responsável por grande parte do reconhecimento brasileiro no exterior - completa em 2008 seus 50 anos de existência. Em meio a diversas comemorações (como shows, lançamentos de discos) para celebrar a importância da data, percebe-se que o respeito ao genêro permanece o mesmo, apesar de transcorrido meio século do seu surgimento.
Mas o que torna a bossa nova tão especial? Para o músico Roberto Tavares, alguns pontos devem ser levados em consideração: "Em primeiro lugar, o que chama a atenção é o contraste. Você tem que pensar que naquela época as orquestras estavam na moda e os cantores usavam toda a sua extensão vocal. Aí de repente surge um cara como o João Gilberto, é só ele cantando baixinho, quase sussurando e se acompanhando no violão. Sozinho". Outra novidade foi a utilização de um tipo de acorde que, até então, não se ouvia no samba. "Quando os músicos escutaram mais de perto, perceberam que o cara (João Gilberto) tocava acordes dissonantes e aquilo foi outro choque. Naquela época só se ouvia esse tipo de harmonia no Jazz", afirma Roberto.
Além de tudo isso, João trouxe uma nova "levada". " Cara, aquela batida sincopada foi invenção dele. Isso é fato. Então, o que o João Gilberto fez, influenciou a música do Brasil e do mundo ritmica, melodica e harmonicamente", opina o músico.
Influenciado por Ary Barroso e Dorival Caymi, João já afirmou várias vezes que "sempre fez samba". Para os músicos dos mais variados gêneros que admiram João, isso não importa. Passados cinquenta anos do lançamento de "Chega de Saudade", todos reconhecem a sua importância como um dos inventores de um novo movimento musical.
Para maiores informações, acesse:
joaogilberto.org
Assista João Gilberto interpretando "Aquarela do Brasil":http://www.youtube.com/watch?v=m7DzHrKpbKA
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segunda-feira, 14 de abril de 2008
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